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Jogo de Sonetos

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços…

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca… o eco dos teus passos…
O teu riso de fonte… os teus abraços…
Os teus beijos… a tua mão na minha…

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri

E é como um cravo ao sol a minha boca…
Quando os olhos se me cerram de desejo…
E os meus braços se estendem para ti…

Florbela Espanca

 

Tarde de mais…

Quando chegaste enfim, para te ver
Abriu-se a noite em mágico luar;
E para o som de teus passos conhecer
Pôs-se o silêncio, em volta, a escutar…

Chegaste, enfim! Milagre de endoidar!
Viu-se nessa hora o que não pode ser:
Em plena noite, a noite iluminar
E as pedras do caminho florescer!

Beijando a areia de oiro dos desertos
Procurara-te em vão! Braços abertos,
Pés nus, olhos a rir, a boca em flor!

E há cem anos que eu era nova e linda!…
E a minha boca morta grita ainda:
Porque chegaste tarde, ó meu Amor?!…

Florbela Espanca

Feliz Páscoa

 

Feliz Páscoa

Tradição de dar ovo tem milénios

(mas antes o ovo era de galinha mesmo)

O Coelho representa da fertilidade

O Ovo simboliza o início da vida


O hábito de dar ovos de verdade vem da tradição pagã!

Agradeça aos confeiteiros franceses o ovo que você come na Páscoa hoje feito de chocolate.

Caso contrário, você ganharia um belíssimo ovo de galinha para celebrar a data.

A tradição de presentear com ovos – é muito, muito antiga.

Na Ucrânia, por exemplo, centenas de anos antes de era cristã já se trocavam ovos pintados com motivos de natureza –  eles têm até nome, pêssanka – em celebração à chegada da primavera.

Os chineses e os povos do Mediterrâneo também tinham como hábito dar ovos uns aos outros para comemorar a estação do ano.

Para deixá-los coloridos, cozinhavam-nos com beterrabas.

Mas os ovos não eram para ser comidos. Eram apenas um presente que simbolizava o início da vida. A tradição de homenagear essa estação do ano continuou durante a Idade Média entre os povos pagãos da Europa.

Eles celebravam Ostera, a deusa da primavera, simbolizada por uma mulher que segurava um ovo em sua mão e observava um coelho representante da fertilidade, pulando alegremente ao redor de seus pés.

Os cristãos se apropriaram da imagem do ovo para festejar a Páscoa, que celebra a ressurreição de Jesus – o Concílio de Nicéia, realizado em 325, estabeleceu o culto à data.

Na época, pintavam os ovos (geralmente de galinha, gansa ou codorna) com imagens de figuras religiosas, como o próprio Jesus e sua mãe, Maria.

Na Inglaterra do século X, os ovos ficaram ainda mais sofisticados. O rei Eduardo I (900-924) costumava presentear a realeza e seus súbditos com ovos banhados em ouro ou decorados com pedras preciosas na Páscoa. Não é difícil imaginar por que esse hábito não teve muito futuro.

Foram necessários mais 800 anos para que, no século XVIII, confeiteiros franceses tivessem a ideia de fazer os ovos com chocolate – iguaria que aparecera apenas dois séculos antes na Europa, vinda da então recém-descoberta América.

Surgido por volta de 1500 a.C., na região do golfo do México, o chocolate era considerado sagrado pelas civilizações Maias e Astecas.

A imagem do coelho apareceu na mesma época, associada à criação por causa de sua grande prole

Silêncio e tanta gente……

Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro o amor em teu olhar
É uma pedra
Ou um grito
Que nasce em qualquer lugar

Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal aquilo que sou
Sou um grito
Ou sou uma pedra
De um lugar onde não estou

Às vezes sou também
O tempo que tarda em passar
E aquilo em que ninguém quer acreditar

Às vezes sou também
Um sim alegre
Ou um triste não
E troco a minha vida por um dia de ilusão
E troco a minha vida por um dia de ilusão

Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro as palavras por dizer
É uma pedra
Ou um grito
De um amor por acontecer

Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal p’ra onde vou
E esta pedra
E este grito
São a história d’aquilo que sou


Letra, Música  –  Maria Guinot

Oh!…Gente da minha terra – Mariza

 
Letra de Amália Rodrigues
Musica de Tiago Machado

Ó Gente da minha Terra
Agora é que eu percebi
Esta tristeza que trago
Foi de vós que recebi

É meu e vosso este fado
Destino que nos amarra
Por mais que seja negado
Ás cordas de uma guitarra

Sempre que se ouve um gemido
Duma guitarra a cantar
Fica-se logo perdido
Com vontade de chorar

E pareceria ternura
Se eu me deixasse embalar
Era maior a amargura
Menos triste o meu cantar

 
 
 
 
 

Não veja isto como um tratado da origem da língua Portuguesa… diria antes, que é um apanhado de um arrazoado de visitas a páginas da Web, encontradas aqui e ali e recordações de estudo com mais de 40 anos.

Tenho a esclarecer e antes de julgar este trabalho, que este seu amigo, é mais da área das ciências, que das letras, gosta bastante de leitura, mas é pelo prazer do prazer, assim sendo e depois deste intróito de justificação, aqui vai, a minha pequena contribuição, para se entender a origem do falar e escrever Português.

Escrevi, no meu espaço em Figuras do Trovadoresco galaico-português alguma matéria que pode completar este tema.( http://webintercam.spaces.live.com/blog/cns!185B8A0F5289E719!1386.entry)

As Origens

  • Indo-europeia
  • Itálica
  • Românica-ocidental
  • Galo-Ibérica
  • Ibero-romana
  • Ibero-ocidental
  • Galaico-Português
  • estas são as origens do Português

O Indo-europeu é uma ampla família linguística que engloba a maior parte das línguas europeias antigas e actuais. Tem este nome porque corresponde à região geográfica que se estende da Europa e Irão até a Índia setentrional. São cerca de 450 línguas, faladas actualmente por três biliões de pessoas.

Há muito tempo que se tem consciência da semelhança impressionante entre certas línguas.

No final do século XVIII, alguns linguistas começaram a dar-se conta de que algumas línguas antigas da Europa e da Ásia, nomeadamente o latim, o grego e o sânscrito apresentavam semelhanças tão notáveis em suas gramáticas que indicavam a existência de uma origem comum. Essa célebre observação, feita em 1786 por Sir William Jones, marca o início do reconhecimento oficial do indo-europeu como uma família linguística. Logo ficou claro que o gótico (e as outras línguas germânicas), o persa antigo (e as outras línguas iranianas) e as línguas célticas também tinham origem comum, assim como as línguas eslavas, o albanês e o arménio. Um século mais tarde, textos escritos em várias línguas, há muito extintas, foram desenterrados na Anatólia e na Ásia Central. Depois de decifrados esses documentos, provou-se que haviam sido escritos em antigas línguas indo-europeias: o hitita (e algumas outras línguas da Anatólia), no primeiro caso, e o tocariano no segundo. Umas poucas outras antigas línguas indo-europeias foram descobertas em inscrições, mas são tão precariamente documentadas que pouco é possível saber a seu respeito.

As línguas românicas ou línguas latinas são um grupo de idiomas proveniente da família mais vasta das línguas indo-europeias, que se originaram a partir da evolução do latim (especificamente, do latim vulgar falado pelas classes populares).

Actualmente, são constituídas pelos seguintes idiomas principais, também conhecidos como línguas neolatinas: português, espanhol, catalão, italiano, francês e romeno. Há também uma grande quantidade de idiomas usados por um menor número de falantes, como o galego, o occitano (de Provença, França), o sardo e o romanche, uma das línguas oficiais da Suíça; e dialectos (aragonês, asturiano, valenciano, e muitos outros espalhados pela Europa Central e pela América Latina).

Distribuição geográfica

Legenda: laranja-português; verde-espanhol; azul-francês; amarelo-italiano; vermelho-romeno (cores escuras indicam língua oficial; cores claras, língua de uso comum).

Além de serem faladas em várias regiões da Europa, as línguas românicas são-no, igualmente, em diversos países de outros continentes, como nas Américas (principalmente na América Latina e Canadá, em Québec), África e Ásia.

Devido à semelhança entre estes idiomas e na tentativa de promover e assegurar o plurilinguismo e o multiculturalismo da Europa, foram desenvolvidos, com o apoio da União Europeia, vários projectos interuniversitáios:

· EuRom4

· Galatea (http://www.u-grenoble3.fr/galatea/recherche.htm)

· Galanet (http://www.galanet.be)

· EuroComRom (http://www.eurocom-frankfurt.de/language.htm)

· Lalita (http://www.ciid.it/lalita/)

O conceito que se encontra na base destes projectos é o de intercompreensão.

Exemplos para comparar

O artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos em várias línguas neo-latinas:

Latim:

OMNES HOMINES LIBERI ÆQVIQVE DIGNITATE ATQVE IVRIBVS NASCVNTVR. RATIONE CONSCIENTIAQVE PRÆDITI SUNT ET ALII ERGA ALIOS CVM FRATERNITATE SE GERERE DEBENT.

Castelhano ou espanhol:

Todos los seres humanos nacen libres e iguales en dignidad y derechos y, dotados como están de razón y conciencia, deben comportarse fraternalmente los unos con los otros.

Aragonês:

Toz os sers umanos naxen libres y iguals en dinnidá y dreitos. Adotatos de razón y conzenzia, deben comportar-sen fraternalmén unos con atros.

Asturiano:

Tolos seres humanos nacen llibres y iguales en dignidá y drechos y, pola mor de la razón y la conciencia de so, han comportase hermaniblemente los unos colos otros.

Auvernês (noroccitano):

Ta la proussouna neisson lieura moé parira pà dïnessà mai dret. Son charjada de razou moé de cousiensà mai lhu fau arjî entremeî lha bei n’eime de freiressà.

Catalão:

Tots els éssers humans neixen lliures i iguals en dignitat i en drets. Són dotats de raó i de consciència, i els cal mantenir-se entre ells amb esperit de fraternitat.

Corso:

Nascinu tutti l’omi libari è pari di dignità è di diritti. Pussedinu a raghjoni è a cuscenza è li tocca ad agiscia trà elli di modu fraternu.

Francês:

Tous les êtres humains naissent libres et égaux en dignité et en droits. Ils sont doués de raison et de conscience et doivent agir les uns envers les autres dans un esprit de fraternité.

Friulano:

Ducj i oms a nassin libars e compagns come dignitât e derits. A an sintiment e cussience e bisugne che si tratin un culaltri come fradis.

Galego:

Tódolos seres humanos nacen libres e iguais en dignidade e dereitos e, dotados como están de razón e conciencia, débense comportar fraternalmente uns cos outros.

Italiano:

Tutti gli esseri umani nascono liberi ed eguali in dignità e diritti. Essi sono dotati di ragione e di coscienza e devono agire gli uni verso gli altri in spirito di fratellanza.

Leonês:

Tolos seres humanos nacen llibres y iguales en dinidá y dreitos y, dotaos comu tán de razon y conciencia, débense comportare los unos colos outros dientru d’un espíritu de fraternidá.

Occitano:

Totes los èssers umans naisson liures e egals en dignitat e en dreches. Són dotats de rason e de consciéncia e se devon comportar los unes amb los autres dins un esperit de fraternitat.

Picardo:

Tos lès-omes vinèt å monde lîbes èt égåls po çou qu’èst d’ leû dignité èt d’ leûs dreûts. Leû re°zon èt leû consyince elzî fe°t on d’vwér di s’kidûre inte di zèle come dès frès.

Português:

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

Provençal:

Tóuti lis uman naisson libre. Soun egau pèr la digneta e li dre. An tóuti uno resoun e uno counsciènci. Se dèvon teni freirenau lis un ‘mé lis autre.

Romanche:

Tuots umans naschan libers ed eguals in dignità e drets. Els sun dotats cun intellet e conscienza e dessan agir tanter per in uin spiert da fraternità.

Romeno:

Toate fiinţele umane se nasc libere şi egale în demnitate şi în drepturi. Ei sînt înzestrate cu raţiune şi conştiinţă şi trebuie să se comporte unele faţă de altele în spirit de fraternitate.

Sardo:

Totu sos èsseres umanos naschint lìberos e eguales in dinnidade e in deretos. Issos tenent sa resone e sa cussèntzia e depent operare s’unu cun s’àteru cun ispìritu de fraternidade.

Valão:

Tos lès-omes vinèt-st-å monde lîbes, èt so-l’minme pîd po çou qu’ènn’èst d’leu dignité èt d’leus dreûts. I n’sont nin foû rêzon èt-z-ont-i leû consyince po zèls, çou qu’èlzès deût miner a s’kidûre onk’ po l’ôte tot come dès frés.

Retirado de http://www.geocities.com/linguaeimperii/Hispanic/hispanic_es.html temos então a distribuição linguística na Ibéria.

Mapa de Hispania (hacia 250 a.C.)

Celta Galaico
C1   Galaci Lucenses
C2a Gigurri
C2b Galaici Bracarenses
C3   Cantabri

Celta Central
C4   Astures
C5   Vaccei
C6   Turmogi
C7   Autrigoni et Caristi
C8   Barduli
C9   Berones

Celtíbero
C10  Pelendones
C11  Lusones
C12  Titi
C13  Beli
C14  Turboletae
C15  Arevaci

Otros dialectos celtas
C16  Carpetani
C17  Vettones
C18  Celtici Baetici
C19  Celtici

C20 Turdetani (ant. Cinetes)
C21 Galli

Ibérico Septentrional
I1   Ceretani
I2    Ilergetes et Suessetani
I3    Lacetani
I4    Austani et Indigetes
I5    Lacetani et Cessetani
I6    Ilercavones
I7    Sedetani
I8    Edetani

Ibérico Meridional
I9  Consetani
I10 Oretani
I11 Bastetani / Mastieni
I12 Turduli / Turdetani

Lenguas de Colonización
P1 Fenicio-Púnico
G1 Griego Jónico

Otras Lenguas
B1 Proto-bereber


Cronología

1550 a.C.

Cultural del El Argar: en el sudoeste de la penínusla Ibérica

c. 1000 a.C.

Fundación de la colonia Agadir (Gades > Cádiz) por los fenicios

c. 950 a.C.

Penetración en la península de gentes de la Cultura de los Campos de Urnas

814 a.C.

Fundación de Carthago, en el N. de África, por los fenicios de Tiro

654 a.C.

Fundación de la colonia de Iboshim (Eubusus > Ibiza): comercio con el valle del Ebro

580 a.C.

Fundación de la colonia de Emporion por los griegos focenses

c. 450 a.C.

Se inicia una fuerte activdad por parte de Carthago en el sur de la península

480 a.C.

Mercenarios de la península ibérica (iberos, celtíberos, celtas) participan en batalla de Hímera

450 a.C.

Inicios de la epigrafía ibérica

450 a.C.

Comienzo de la Iberización del valle medio del Ebro

237 a.C.

Amílcar Barca desembarca en Agadir para iniciar la conquista de la península Ibérica

228 a.C.

Asdrúbal, yerno de Amílcar se casa con una princesa íbera y funda Qart Hadašt (Cartagena)

221 a.C.

Victorias de Aníbal sobre los pueblos celtas del centro Iberia (Carpetanos)

219 a.C.

Aníbal conquista la ciudad ibérica de Arse (Saguntum)

218 a.C. – 201 a.C.

Segunda Guerra Púnica: con la participación de mercenarios hispánicos

217 a.C.

Los romanos desembarcan en Hispania, y someterán algunos territorios

209 a.C.

Los caudillos ilergetes Indíbil y Mardonio se rebelan contra la ocupación romana

206 a.C.

Los romanos expulsan al ejército cartaginés de Hispania

195 a.C.

Campaña del cónsul Catón contra los celtíberos

182 a.C. – 
179 a.C.

Primera guerra celtíbera: se documenta el mayor ejército celtíbero conocido 35000 hombres

155 a.C. -138 a.C.

Guerras contra los lusitanos: A partir del 147 a.C. acaudillados por Viriato

153 a.C. – 133 a.C.

Segunda guerra celtíbera: Sometimiento de la ciudad arévaca de Numancia

104 a.C.

Cimbrios y teutones invaden Hispania pero son derrotados por los celtíberos

78 a.C.-72 a.C.

Guerras Sertorianas

29 a.C. – 19 a.C.

Guerras Cántabras


Novo estudo, confirma as hipóteses mais arriscadas sobre a existência duma verdadeira unidade cultural na Europa Atlântica, desde o megalítismo, passando pelo período Celta até os nossos dias.
Revista Portugaliza.- Neste segundo número da Revista Digital Portugaliza, que corresponde ao segundo semestre de 2005, X. M. Paredes, apresenta-nos as traduções do inglês de dois artigos jornalísticos de interesse (e actualidade) publicados recentemente nos jornais britânicos The Herald e The Scotsman, que deitam luz sobre as velhas teorias sobre o celtismo e cultura atlântica europeia, nomeadamente sobre os vínculos entre a Galiza, Norte de Portugal, e os chamados «Países Celtas».
[+…]
O estudo, dirigido pelo professor Daniel Bradley do Trinity College Dublin, e publicado no «American Journal of Human Genetics», revela uma «estreita ligação das origens dos Celtas com as gentes da Galiza». A investigação apresentada pelo Doutor Bradley, confirma as hipóteses duma migração maciça em 3000 ou 6000 anos, desde o que hoje é a Galiza e parte de Portugal cara a Irlanda e Escócia. Descobrimento que viria a confirmar as teorias sobre a origem Galaica dos chamados povos Celtas.·
Toda esta informação ampliada (assim como o estudo completo) está disponível desde já on-line na Revista Portugaliza: www.agal-gz.org/portugaliza

Galaico-português

Galaico-português é uma maneira já ultrapassada para designar uma língua extinta de que o português e o galego descendem, em geral conhecido como galego medieval pelos galegos, e como galaico-português pelos portugueses, mas, cada vez mais, como ‘galego-português’ por especialistas de todas as nacionalidades.

A língua considera-se formada no século XII, principalmente como desenvolvimento do latim vulgar falado pelos conquistadores romanos a partir do século II d.C.

No seu momento foi língua culta fora dos reinos da Galiza e de Portugal nos reinos vizinhos de Leão e Castela. Por exemplo, o rei castelhano Afonso X o Sábio, escreveu as suas Cantigas de Santa Maria em galego-português. A sua importância foi tal que se considera a segunda literatura durante a Idade Média só depois do Occitano.

O documento da lírica galego-portuguesa mais antigo parece ser a cantiga satírica "Ora faz ost’o senhor de Navarra" de Johan Soares de Pavha, datado por alguns de 1196.
As recompilações líricas medievais galego-portuguesas mais importantes são:

  • Cancioneiro da Biblioteca Nacional (antigo Colocci-Brancuti)
  • Cancioneiro da Vaticana
  • Cancioneiro da Ajuda (anteriormente conhecido como Cancioneiro do Colégio dos Nobres).
  • Cantigas de Santa Maria, de Afonso X de Castela
Documentos mais antigos em Galaico-Português

Recentemente foi achado o documento mais antigo escrito na Galiza, o qual data do ano 1228, trata-se do Foro do bõ burgo de Castro Caldelas outorgado por Afonso IX em Abril do dito ano ao município de Alhariz (Galiza, Espanha).

O mais antigo documento Latino-Português, encontrado em Portugal, é chamado de Doação à Igreja de Sozello, encontra-se no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, é datado do ano de 870 d.C.

A Notícia de fiadores (1175) é o documento Português mais antigo conhecido, com data.

Recentemente descoberto, o Pacto dos irmãos Pais reivindica o título de texto mais antigo encontrado em Portugal, no entanto é apenas datável por conjectura, é provavelmente anterior a 1173.

Outro documento, a Notícia de Torto, sem data, acredita-se que tenha sido escrito entre 1211 e 1216. O Testamento de Afonso II, é datado de 1214.
O galego-português, comum à Galiza e a Portugal, teve 700 anos de existência oficial e plena, mas as derrotas que os nobres galegos sofreram ao tomar partido pelos bandos perdedores nas guerras pelo poder em finais do séc. XIV e princípios do séc. XV provocam a assimilação da nobreza galega e a dominação castelhana, levando à opressão e ao desaparecimento público, oficial, literário e religioso do galego até finais do séc. XIX. São os chamados "Séculos Escuros". O português, por seu lado, durante este período gozou de protecção e desenvolvimento livre, graças ao facto de Portugal ter sido o único território peninsular que ficou fora do domínio linguístico do castelhano. Desta forma se separaram as duas línguas ou dialectos irmãos.

Galego x Português da Galiza

O idioma galego pode ser grafado à maneira portuguesa (usando dígrafos como lh e nh) ou à maneira espanhola (grafando os mesmos dígrafos como ll e ñ). O idioma galego propriamente dito, ou "galego isolacionista", "galego concórdia" ou "galego RAG" é grafado à maneira espanhola. Quando se escreve essas palavras à maneira portuguesa, costuma-se chamar de "galego reintegrado" ou "português da Galiza". A forma oral do galego é muito semelhante aos dialectos portugueses falados no norte de Portugal.

Tradição oral na cultura galego-portuguesa

O património cultural imaterial galego-português está presente nas tradições orais populares e é hoje um património em perigo de extinção, o que levou à sua candidatura conjunta pelos governos de Portugal e de Espanha à "Masterpiece of Oral and Intangible Heritage of Humanity" em 2005.

O folclore galego-português é muito rico em tradições orais; estas incluem as “cantigas ao desafio” ou “regueifas”, mitos e lendas, cantigas, ditados e lengalengas, além dos falares que retêm uma grande semelhança ao nível morfológico e sintáctico, no léxico e na fonética. A tradição oral está ligada a diversas actividades tradicionais que se transmitem oralmente como as celebrações das festas populares tais como o entrudo, o magusto, as festas da coca, o são João, as festas marítimas, romarias, música e danças populares. Nos ofícios, como as actividades piscatórias, a agricultura e o artesanato, além de serem actividades que são transmitidas de geração em geração de forma verbal, cada actividade usa de um vocabulário específico. Também nos costumes, nos falares, nos bailes, nos rituais, na medicina tradicional e na farmacêutica popular, nas artes culinárias, nas superstições e crendices, existe todo um conhecimento que é transmitido oralmente.

Controvérsia

Galego-português é um termo envolvido numa controvérsia entre os círculos académicos reintegracionistas galegos e os não reintegracionistas – denominados isolacionistas. Os integracionistas usam os termos galegoportuguês, galego-português, ou ainda galaico-português para designar a língua românica que, segundo eles, na Península Ibérica recebe os nomes de galego ou português. Para os integracionistas, posto que do galego medieval nasceram os actuais galegos e português, o nome mais correcto desde o ponto de vista histórico é galego, posto que os habitantes do norte de Portugal às vezes são também conhecidos por galegos. Os galegos da Galiza e os galegos do Norte de Portugal faziam a província romana da Galécia ou Gallæcia (posteriormente Reino da Galiza) e ainda hoje depois da separação de Portugal e Galiza os galegos e galaico-portugueses formam juntos uma mesma identidade cultural que é candidata a ser reconhecida património da humanidade pela UNESCO. Contudo, para os integracionistas os dois idiomas nunca se separaram de fato, e devem voltar a ser tratados como um único idioma.

Mais raramente, o termo é também usado para designar um facto, objecto ou sujeito comum à Galiza e a Portugal, ou para designar algo relativo ou pertencente ao período em que a Galiza e Portugal formavam uma única unidade política no reino Suevo da Galécia antes de ser divido pelos visigodos nos condados de Gallizia e Portugallia.

O mais antigo documento escrito em português.

Continua ……